Blog do Magno
Tabira, no Sertão do Pajeú, a 400 km do Recife, virou um conchavo de amplitude no último dia permitido para troca de partido. Adversário do Palácio, ligado ao ex-senador Armando Monteiro Neto, o prefeito trabalhista e poeta Sebastião Dias ignorou as divergências com o deputado Carlos Veras (PT), deu a cabeça de chapa do seu candidato ao próprio PT e cedeu a vice ao PSB.
Tudo, diga-se de passagem, em troca do apoio desse novo grupo para sair candidato a deputado estadual em 2022. O PTB ficou fora da chapa. O candidato a prefeito é o secretário Flávio Marques, com o socialista Zé de Bira na vice.
Na eleição passada, Zé de Bira tentou derrotar Sebastião como candidato da terceira via. Já o deputado Carlos Veras não recebeu um só voto da estrutura de Sebastião. Quanto ao PSB, o Palácio deu às costas ao deputado Waldemar Borges, permitindo que o presidente municipal, Pipi da Verdura, levasse aliados e novos filiados para o palanque de Flávio com a condição de Zé de Bira ser o vice.
Sebastião, achando que existe um vácuo de lideranças no Pajeú para sair estadual em 22, aceitou de bom grado abrir a cabeça de chapa para o PT, mesmo sem o aval de Armando. E o acordo para 22 passa pela reeleição de Veras federal e a eleição de Sebastião estadual.
Alijado do processo em Tabira, o deputado Waldemar Borges disse que não mudou em nada suas opiniões. Para ele, Sebastião Dias continua sendo uma boa pessoa, mas sua gestão reprovada pela população. “Diminuíram o PSB ao transformá-lo num anexo da Prefeitura. Depois de tanto tempo de oposição, acho que a população não vai entender esse movimento, principalmente porque dessa vez tínhamos condições de fato de criar uma terceira via competitiva”, afirmou.
A terceira via que Borges se refere é a presidente da Câmara de Vereadores, Nelly Sampaio (PSC), que tinha apalavrado o apoio do PSB e do Palácio para ser a candidata de união com o objetivo de somar forças e derrotar o grupo de Sebastião.
Com a reviravolta, Nelly rompeu com o prefeito e se aliou ao grupo do ex-prefeito Dinca Brandino, que estava no PSB e foi traído. Pelo acordo, Nelly será vice na chapa de Nicinha Brandino, esposa de Dinca. Este não pode ser o candidato da oposição por estar com seus direitos políticos suspensos com base na lei de inelegibilidades. Nelly fez a travessia para a oposição levando mais quatro vereadores.


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