Por Margarida Azevedo/JC
Pela segunda vez, o ano letivo começa com alunos e professores tendo que conviver com a Covid-19. Mesmo com o avanço da variante ômicron – no sábado (29) houve recorde de casos em Pernambuco desde o início da pandemia, 6.581 – e projeção de mais infectados nos próximos 15 dias, a maioria das escolas do Estado, públicas e privadas, iniciará as atividades, a partir desta semana, priorizando a oferta de aulas presenciais, ao contrário de 2021, quando houve a adoção do ensino híbrido e rodízio de turmas.
Outra diferença é que boa parte dos professores e demais funcionários estão vacinados. Entre os adolescentes, 69% tomaram a primeira dose e 43% concluíram o esquema vacinal. Já as crianças com idade a partir dos 5 anos passaram a receber a primeira dose da vacina na última quinzena. Por isso, a cobertura vacinal é ainda baixa no Estado (3,76%). A segunda dose para esse público é dada após intervalo de dois meses se for da Pfizer e de 28 dias se for Coronavac.
As redes não pretendem condicionar a frequência dos estudantes à apresentação de comprovante de vacinação, mas prometem fazer campanhas para reforçar a importância da imunização contra o coronavírus. O Estado tem cerca de 2,2 milhões de alunos na educação básica, segundo o Censo Escolar do Ministério da Educação (2020). Mesmo com vacinação, muitos pais estão inseguros em mandar os filhos para aulas presenciais e defendem a oferta de aulas online.
Datas
Nas escolas particulares, que somam quase meio milhão de estudantes, as aulas começarão terça-feira (1º). As estaduais (450 mil matrículas) receberão os discentes a partir da quinta-feira (03). A rede municipal do Recife (95 mil alunos) inicia o ano letivo na sexta-feira (04). Nos demais colégios municipais – são 184 municípios pernambucanos, com 1,1 milhão de estudantes – o planejamento é abrir as portas em fevereiro, conforme a União dos Dirigentes Municipais de Educação de Pernambuco (Undime).
“Não será exigido o passaporte vacinal para frequentar as aulas na rede estadual porque não podemos penalizar o estudante cujos pais não vão levá-lo para tomar vacina. Mas faremos ações para estimular a imunização e tirar dúvidas das famílias. Também vamos fiscalizar o cumprimento do protocolo sanitário”, afirma o secretário de educação de Pernambuco, Marcelo Barros.
Protocolos
“Recomendamos fortemente que as escolas adotem o ensino presencial. Já são quase dois anos convivendo com a pandemia e o prejuízo na aprendizagem dos alunos é enorme, sem falar nos impactos emocionais e sociais. As regras sanitários para proteger a comunidade escolar são bem aceitas e devem continuar sendo cumpridas”, destaca Marcelo Barros.
Na semana passada, o governo estadual anunciou a prorrogação de regras no plano de convivência com a Covid-19 até 15 de fevereiro justamente porque considerou a alta dos indicadores da doença. Mas não decidiu sobre restrições nas escolas. Manteve a liberação do ensino presencial, com a possibilidade das atividades remotas, e reforçou a necessidade de as unidades seguirem os protocolos.
“Na rede estadual, nosso planejamento é oferecer o ensino presencial. O remoto será para aluno com sintomas ou infectados. Situações outras terão que ser justificadas pelas famílias, junto à direção das escolas, para que o estudante não frequente presencialmente”, diz Marcelo. A rede estadual tem cerca de 131 mil alunos no ensino fundamental e 312 mil no ensino médio. Há aproximadamente 33.500 docentes.
“Vamos continuar monitorando os números da pandemia com o Comitê Estadual de Enfrentamento à Covid-19. Novas medidas podem ser anunciadas, de acordo com o que for avaliado”, observa Marcelo.
Rede Privada
“O Conselho Nacional de Educação divulgou essa semana nota ressaltando a importância do ensino presencial. Associações médicas também defendem as escolas abertas. Colégios são ambiente seguros. Lugar de rotina, onde frequentam as mesmas pessoas”, diz o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Pernambuco (Sinepe), José Ricardo Diniz.

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